O sol acariciava-me a pele com aquela intensidade morna e doce que só a Madeira sabe oferecer. Estava de férias, sozinha, depois de um ano puxado em Lisboa. Precisava de ar, de paz… ou talvez de qualquer coisa que ainda não sabia nomear.
Conheci-os no segundo dia. Élise e Mathieu, um casal francês hospedado no mesmo hotel boutique que eu, em Santana. Ela, de olhos âmbar e cabelo curto, com um ar de quem sabe exactamente o efeito que causa. Ele, sereno, com uma barba bem desenhada e um sorriso meio trocista que me intrigou desde logo.
A aproximação foi natural. Um jantar partilhado por acaso, uma mesa quase cheia, dois lugares vagos ao meu lado e um “bonsoir” simpático. A conversa começou de forma banal, mas rapidamente ganhámos ritmo. Falámos de vinhos, das levadas, do mar revolto e das pequenas maravilhas escondidas pela ilha. Quando dei por mim, já era madrugada, e estávamos os três no terraço, a beber o resto do vinho.
Élise aproximou-se de mim com uma naturalidade desconcertante. O seu perfume — floral, com um toque amadeirado — misturava-se com o cheiro húmido da noite madeirense. Sentou-se junto a mim, os joelhos a tocarem-se, os olhos dela fixos nos meus.
— Sabes, Mafalda… — disse, com aquele sotaque francês envolvente — tens uma energia diferente. Sentimos isso desde o primeiro olhar.
Fiquei sem saber o que dizer. Sorri, ligeiramente corada. Pensei que talvez fosse o vinho, mas havia algo mais.
Eles estavam perfeitamente sincronizados — olhares subtis, gestos que se completavam. E, quase sem perceber, deixei-me levar. Aceitei o convite para subir ao quarto deles, “para vermos as estrelas da varanda”, disseram.
A varanda dava para o mar. E para o céu, sim. Mas depressa nos esquecemos das estrelas.
Mathieu foi o primeiro a tocar-me, com uma delicadeza que me arrepiou. Os seus dedos percorriam-me devagar, enquanto Élise sussurrava palavras em francês que não compreendia, mas que me acendiam por dentro. As mãos dela exploravam-me com curiosidade e desejo, como se me lesse através do toque.
Nunca tinha estado com uma mulher. Muito menos com um casal. Mas não havia hesitação. Só entrega. Só desejo.
A roupa foi caindo entre beijos intensos e risos contidos. Éramos três corpos em sintonia, um jogo de pele, calor e prazer partilhado. A noite foi feita de gemidos baixos, toques intensos e suspiros murmurados. Ali, naquela cama, deixei de ser só eu. Fui nós.
De manhã, estávamos os três entrelaçados nos lençóis, saciados e em silêncio, enquanto o sol entrava tímido pelas janelas. O mar continuava lá em baixo, a bater nas rochas com a mesma força que tínhamos sentido umas horas antes.
Sorri. Aquela viagem à Madeira não seria apenas mais umas férias.
Seria um segredo. Um fogo. Uma memória gravada na pele.
Resolvi partilhar convosco um episódio marcante da minha vida, envolvendo uma mulher que, por questões de discrição, chamarei de **Paula**. Gostava de saber a vossa opinião sobre o que aconteceu...
LER CONTONunca pensei que uma reunião banal de trabalho numa tarde abafada de setembro pudesse mudar o rumo dos meus dias. Chamo-me Jorge. Tenho 41 anos, sou lisboeta de gema e benfiquista ferrenho....
LER CONTOEste Conto ainda não recebeu comentários