Resolvi partilhar convosco um episódio marcante da minha vida, envolvendo uma mulher que, por questões de discrição, chamarei de **Paula**. Gostava de saber a vossa opinião sobre o que aconteceu — e o que poderá ter ficado por dizer.
Há cerca de dez anos, tive a sorte de passar algum tempo a trabalhar nas ilhas. Era um ambiente tranquilo, isolado do mundo, e talvez por isso as relações ganhassem uma intensidade diferente. No mesmo serviço trabalhava uma técnica superior, a Paula. Casada, com uma filha, sempre mantivemos uma relação cordial e profissional — pelo menos, inicialmente.
Paula tinha acesso ao meu telemóvel por questões de serviço. Com o tempo, as mensagens começaram a chegar fora de horas: pequenos desabafos, elogios ao ambiente que eu criava no trabalho, confissões sobre dias difíceis suavizados pela minha presença. Dizia, com frequência, que eu era uma pessoa “especial”, alguém que surgira na sua vida no momento certo.
Confesso que comecei a corresponder. Disse-lhe que também a via como alguém especial. Mas, num instante, ela interrompeu a troca de mensagens e perguntou-me se eu tinha segundas intenções. Neguei. E, a partir daí, a dinâmica entre nós arrefeceu… pelo menos na superfície.
Regressei ao continente. Ainda assim, Paula continuava a escrever-me nas datas especiais — Natal, aniversários — sempre com palavras íntimas, que me deixavam a pensar. Decidi não dar demasiada importância. Talvez fosse apenas o jeito dela.
Algum tempo depois, voltei à ilha de férias. Enviei-lhe uma mensagem a dizer que estava por lá e perguntei se queria tomar um café. Fiz questão de mencionar que o convite se estendia ao marido, para evitar mal-entendidos. Ela aceitou.
Para minha surpresa, apareceu sozinha no hotel. Disse-me que o marido tinha outros planos com os amigos. Tinha reservado mesa num restaurante junto ao mar, com um terraço encantador. Usava um macacão justo, costas descobertas, sem soutien. O tecido desenhava cada curva, sem pedir licença. Era impossível não notar. Durante o jantar, conversámos como se o tempo não tivesse passado. Rimo-nos. Recordámos histórias. Havia algo no ar, mas ninguém disse nada.
Ela levou-me de volta ao hotel. E foi só isso.
Fiquei a pensar: seria apenas a maneira de ser dela? Ou estaria a jogar com a linha entre o flirt e o inofensivo, apenas para testar o seu poder de sedução? Não acredito que Paula traísse o marido, mas a sua atitude deixou-me intrigado.
E vocês? O que acham realmente que aconteceu ali?
O sol acariciava-me a pele com aquela intensidade morna e doce que só a Madeira sabe oferecer. Estava de férias, sozinha, depois de um ano puxado em Lisboa. Precisava de ar, de paz… ou talvez de...
LER CONTONunca pensei que uma reunião banal de trabalho numa tarde abafada de setembro pudesse mudar o rumo dos meus dias. Chamo-me Jorge. Tenho 41 anos, sou lisboeta de gema e benfiquista ferrenho....
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