Beatriz tinha 23 anos, era uma das melhores alunas do curso de Engenharia Civil. Focada e determinada, raramente permitia que algo desviasse sua atenção dos estudos. No entanto, o professor Henrique, com seus 58 anos, sempre lhe causava uma espécie de inquietação. Ele era um homem maduro, experiente, e sua presença impunha respeito. Alto, com cabelos grisalhos cuidadosamente penteados e uma voz firme, Henrique tinha o tipo de charme que não passava despercebido.
Naquela tarde, Beatriz tinha ficado para rever alguns cálculos do projeto final. A sala estava vazia e o som das folhas sendo folheadas ecoava no ambiente silencioso. O professor Henrique, sentado à sua frente, explicava pacientemente onde ela havia errado nos cálculos estruturais. No entanto, Beatriz mal conseguia se concentrar. O timbre grave da voz dele, combinado com o perfume discreto que ele usava, mexia com ela de uma maneira que não conseguia controlar.
— Aqui, você deve aplicar esta fórmula — disse ele, aproximando-se para lhe mostrar as anotações no papel. Os seus dedos tocaram de leve os dela enquanto ajustava a folha, e esse toque simples pareceu incendiar algo dentro dela.
Beatriz ergueu os olhos, encontrando o olhar dele, mais perto do que esperava. Sentiu um frio na barriga, misturado com um desejo inexplicável. A distância entre os dois parecia diminuir, como se o próprio ar tivesse ficado mais denso.
— Professor… — murmurou ela, hesitante, sem saber como dar voz ao que sentia.
Henrique observou-a por um momento, os olhos dele demorando-se no rosto dela, como se avaliasse a situação. Ele recostou-se ligeiramente na cadeira, e seu tom de voz mudou.
— Beatriz, há algo mais que quer discutir? — A pergunta parecia inocente, mas havia uma tensão não verbal ali.
Ela mordeu levemente o lábio, incapaz de sustentar o olhar dele por muito tempo. Havia algo intoxicante na maneira como ele a olhava. Ela nunca tinha imaginado que poderia se sentir atraída por alguém com quase o dobro da sua idade, mas ali estava ela, sentindo seu corpo responder à presença dele.
— Eu… acho que preciso de mais do que explicações — respondeu ela, quase sem pensar, a voz baixa e carregada de nervosismo.
Henrique levantou uma sobrancelha, surpreso, mas sem perder a compostura. Ele inclinou-se ligeiramente para a frente, as mãos apoiadas na mesa entre eles, e a tensão que pairava no ar tornou-se quase palpável.
— Mais do que explicações? — repetiu ele, a voz soando quase como um desafio. — E o que seria isso, Beatriz?
Ela sentiu o rosto arder de vergonha, mas ao mesmo tempo, uma excitação crescente. O coração batia-lhe no peito, e as palavras escaparam antes que pudesse controlar.
— Não sei… talvez algo que não se aprenda com fórmulas.
Os olhos de Henrique escureceram por um momento. Ele observou-a atentamente, como se estivesse ponderando as consequências do que aconteceria a seguir. A sala parecia mais quente, e a formalidade que sempre existira entre eles começou a desvanecer-se.
Ele levantou-se devagar, contornando a mesa até parar ao lado dela. Beatriz, sentada, olhou para cima, sentindo a proximidade dele de uma maneira diferente. Ele estendeu a mão e roçou os dedos pelo cabelo dela, deslizando até o ombro, com uma suavidade inesperada.
— Está ciente do que está a fazer? — perguntou ele, a voz baixa e rouca, enquanto seus dedos deslizavam pelo pescoço dela.
Ela acenou com a cabeça, o corpo tremendo levemente com a expectativa do que viria. O toque dele era suave, mas determinado, e fazia o desejo dentro dela crescer. Henrique inclinou-se mais, até sentir o hálito quente dele contra a pele dela.
Beatriz levantou-se da cadeira, ficando de frente para ele, e os olhos de ambos se encontraram num misto de dúvida e entrega. Ele puxou-a suavemente pela cintura, colando os seus corpos, e ela deixou-se levar, a cabeça girando com o calor do momento.
O beijo veio sem mais palavras, um toque hesitante que logo se transformou em algo mais profundo, mais intenso. As mãos dele percorriam o corpo dela, descobrindo cada curva com uma lentidão quase torturante, enquanto Beatriz se entregava completamente, sentindo o corpo incendiar-se sob o toque experiente de Henrique.
Os momentos seguintes passaram num borrão de sensações, beijos, carícias e toques que exploravam cada parte dos seus corpos. A sala de aula, outrora um espaço de raciocínio lógico e teórico, tornou-se o cenário de uma paixão intensa, inesperada, onde a diferença de idade não importava. Ali, naquele instante, eram apenas dois corpos rendidos ao desejo.
Henrique, com a experiência e maturidade que a sua idade lhe conferia, sabia exatamente como tocar Beatriz para fazer com que cada fibra do corpo dela reagisse. E Beatriz, jovem e curiosa, entregava-se a ele com uma fome que nunca tinha sentido antes.
Quando finalmente se afastaram, ofegantes, o silêncio da sala voltou a envolvê-los, mas nada mais era como antes. O que tinha acontecido entre eles não era apenas um desejo momentâneo. Ambos sabiam que algo tinha mudado, mas, naquele momento, nenhuma explicação teórica seria capaz de capturar a intensidade do que tinham vivido.
Beatriz trabalhava há meses no supermercado, mas o seu encontro com Ricardo, um dos caixas, foi algo que ela nunca esqueceria. Desde o seu primeiro dia, ele sempre teve um sorriso simpático e uma...
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